(Fotografia de António Sequeira)
Não fiz o luto. Não aceitei a morte.
Fiquei parada a meio da viagem.
No cais da vida, na tua bagagem.
Nada ficou que preencha ou conforte.
Não fiz o luto. Não aceitei a morte.
Fiz da tua partida uma miragem.
Ao desalento prestei a vassalagem.
Estrela morta sem roteiro, sem norte.
Não fiz o luto. Não aceitei a morte.
À doença chamei má sina, sorte.
Perdi o sonho, a crença e a coragem.
Não fiz o luto. Não aceitei a morte.
Estás comigo em pintura, em recorte.
Alma com alma, em perene mensagem.
Maria Helena Amaro
26/01/2014
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