Periodicidade de publicação de poemas

Caros leitores:
Espero que desfrutem na visita a este espaço literário. Este sítio virtual chama-se “Maria Mãe” e tem como página principal os poemas de Maria Helena Amaro.

quarta-feira, 6 de abril de 2016

Carochinha do séc. XXI


(Ilustração de Maria Helena Amaro)

Eras a Carochinha
posta numa janela
tostão
na mão
a procurar em vão
amor de ocasião...
Passavam muitos
e todos rejeitavas
sem perdão ...
Um dia
algum passou que te escolheu...
Mas tu não escolheste,
tu foste uma escolhida...
Pensava ele
o toleirão
que o amor da Carochinha
era para toda a vida...
Não foi
não queria ser
independente e louca
era mulher...

Foi-se embora um dia
de coração
na mão...
Ela ficou
encostada  ao portão
a ver o seu «ratão»
perder-se no caminho...
partido o coração...
De quando em vez
a Carochinha
pendura-se à janela
mas já não tem tostão
já não sacode a mão
já não procura amor 
de ocasião...

Formiga sem formigo
cigarra sem guitarra
ainda vai
ainda sonha
fazer da vida airada
a sua grande farra!

Maria Helena Amaro
Outubro, 2012

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