Periodicidade de publicação de poemas

Caros leitores:
Espero que desfrutem na visita a este espaço literário. Este sítio virtual chama-se “Maria Mãe” e tem como página principal os poemas de Maria Helena Amaro.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Poesia


Estendi os braços para o Sol
E a vida floriu nas sombras negras
Projetadas no chão…
Dos meus dedos brotaram açucenas
E os meus olhos regaram violetas…
Cavei com mãos de fogo
A terra calcinada
E os junquilhos nasceram mais viçosos
Nos olhos das crianças...
Pintei de verde o portal da Escola
E pedi aos meus meninos anjos
Que escrevessem azul no negro denso
Do quadro da sala…
Aos pés do Homem Deus pregado no madeiro
Suspenso na parede
Pus um punhado de lilases roxos
E um bilhete branco
Escrito à mão
Pela pior aluna
Da classe atrasada…
                   Pedi estrelas e delas fiz caminhos
                   Busquei estrelas e delas fiz viagens…
                   Agora
                   Não sei para onde vou
                   De mãos suplicantes
                   De pés suspensos em estranhas certezas
                   A escrever cantando
Os meus apelos verdes…
- Verdes são as esperanças!
- E dizem-me Poeta
Só porque gosto
Desesperadamente
De flores
De risos
De crianças



Maria Helena Amaro
In, «Maria Mãe», 1973

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